sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Bayer Leverkusen - Gestão da profundidade ofensiva e proximidade ao portador da bola




O Bayer Leverkusen do ponto de vista ofensivo é das equipas mais interessantes de seguir no futebol actual pela originalidade, e variabilidade, das ideias apresentadas. 

Contra o Borussia Monchegladbach, e aqui à que ter em conta o desgaste de uma equipa que vinha de jogos na mesma semana contra Bayern de Munique e Manchester City, o Leverkusen apresentou Kiessling e Chicharito na frente (algo pouco recorrente), com dois médios alas (Bellarabi e Çalhanoglu) e dois médios centro (Kampler e Kramer).

A diferença começa logo na saída a 3. Kampler junta-se à linha de centrais, mas recebe bola no corredor esquerdo, próximo da linha lateral com natural projecção de Wendell, também à largura. A estes junta-se Çalhanoglu, um dos avançados e não raras vezes Bellarabi, o que fazia com que facilmente 4/5 jogadores ficassem muito próximos à largura. Esta é uma das características do Bayer Leverkusen, tenta colocar sempre muita gente próxima do portador da bola. À esquerda mostraram algumas dificuldades em dar fluidez à circulação da bola, quando não procuraram corredor central, porque apesar dos constantes movimentos à profundidade por parte  de quem não tem bola, que permitia espaço para jogar e solução ao portador mais à frente, quem recebia bola em zonas no último terço, acabava por fazê-lo de frente para a linha lateral em situação muito complicada. Importante o posicionamento de Hilbert, lateral direito. Muito adiantado e muito por dentro (ainda que fora do bloco adversário) era principalmente a si que o jogo ia parar se o lado esquerdo estivesse fechado, tal como a Kramer. Ainda que nestas ocasiões o corredor central do Leverkusen, por motivos óbvios, não estivesse especialmente povoado

Quando o jogo passava para o corredor central/espaço interior o Bayer Leverkusen parecia melhorar. Kampler à esquerda quando procurou o meio conseguiu fazer com que o Leverkusen jogasse entre linhas. É que se a equipa tende a ficar próxima no corredor lateral, isso também acontece no corredor central, sendo até mais visível quando a opção dos de trás é jogar longo. Esta proximidade permite jogar dentro do bloco adversário. No jogo longo, um dos avançados disputava a bola mas contava com o apoio dos dois médios ala muito por dentro nestas situações, fazendo com que ganhassem a 2ª bola, a largura era dada posteriormente pelos laterais que subiam.

A mobilidade dos quatro da frente foi uma das marcas mais importantes neste jogo. O Leverkusen consegue jogar porque à proximidade constante a quem tem a bola, há em variados momentos quem ameace profundidade e ruptura nas costas da defesa adversária, o que naturalmente faz com que a linha de 3 do Borussia Momchegladbach esteja sempre em dúvida. Houve igualmente forte reacção ao jogo entre linhas, assim que a bola entrava no jogador da frente a restante alguém procurava aproximar para dar linha de passe (ver a combinação entre Kiessling e Chicharito no segundo golo), desta forma aqui a circulação de bola não perdeu fluidez entre linhas porque os apoios frontais estiveram quase sempre assegurados.

Nota final para a exibição de Chicharito. Alternou a profundidade com momentos em que baixou bastante para jogar ente linhas e não raras vezes jogou de frente para a linha defensiva adversária (4º golo), bem a decidir foi muito importante na variabilidade que a equipa apresentou

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