sábado, 27 de abril de 2013

Bayern Munique vs Barcelona




Pode parecer paradoxal, mas um dos grandes méritos do Bayern, que venceu 4-0, foi exactamente aquilo que fez quando estava sem bola. Ponto fundamental, a disponibilidade que todos os jogadores demonstraram em defender. Fosse para sair à pressão, fosse para reagir a um passe mais vertical do Barcelona, o Bayern raramente concedeu espaço aos catalães

Na 1ª parte, fantástica a forma como impediu o Barcelona de jogar no seu meio-campo ofensivo, montando uma zona de pressão, no corredor central  (à entrada do seu meio-campo ofensivo) que respondeu muito bem aos recuos de Iniesta e Xavi para receberem bola, os médios do Barça tinham sempre  alguém que saia a pressionar (normalmente Schweinsteiger a Xavi, Javi Martinez a Iniesta), com Gomez e Muller sempre muito próximos da linha média, impedindo passes para as suas costas, e disponíveis para recuar, se algum colega se adiantava a pressionar.  O Barcelona também permitiu este tipo de pressão. Optou por não adiantar muito os laterais, com os extremos permanentemente abertos, concedendo assim à linha média do Bayern que se adiantasse. Situação que corrigiu na 2ª parte.

No 2º tempo, o Bayern nem sempre optou (quer por mérito catalão, quer também pelo desgaste natural) por pressionar tão alto. Ao posicionamento mais interior dos extremos, e consequente adiantamento dos laterais contrários, os alemães responderam com baixar de linhas, com Robben e Ribery preocupados essencialmente em impedir a entrada em ruptura de jogadores vindos de trás, nomeadamente Alba e Alves, e o triângulo do meio campo, Martinez Muller e Schweinsteiger, sempre pronto a bascular criando superioridade numérica nos corredores laterais, impedindo passes para dentro do bloco alemão, assim como a disponibilidade para, quando ultrapassados recuperarem imediatamente posição.

Após o 2º golo (portanto, durante quase toda a segunda parte), o Barça, em alguns momentos, expôs-se bastante. Colocou 4 jogadores em zona de finalização, o que é raro, juntando o adiantamento dos laterais, permitiu ao Bayern de Munique espaço e tempo para lançar contra-ataques. Poucos jogadores atrás da linha da bola, e distantes do local onde foi perdida, fizeram com que os alemães saíssem rápido para o ataque, e permitiu mudança de corredor com facilidade. Apesar do bom comportamento da linha defensiva catalã, encontrava-se demasiado exposta, conseguindo minorar danos.

Não deixou de ser um jogo atípico. Pelo resultado, e tendo em conta a forma como foram conseguidos os golos. Duas bolas paradas, um golo precedido de falta, outro com o Barcelona reduzido a 10 (ainda que momentaneamente). Os méritos do Bayern são muitos, o demérito do catalão terá certamente a sua quota parte, assim como a condição de Messi.



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