terça-feira, 19 de março de 2013

O 2º Golo Do Paços Em Olhão

O 2º golo do Paços de Ferreira em Olhão (ver aqui) é um daqueles lances, em que ao (muito) mérito de quem ataca, se junta (também em consequência da qualidade ofensiva) sucessivas decisões discutíveis por parte de quem defende.

Quando a bola passa da direita para o meio (como ataca o Paços), Rui Duarte sai em pressão ao pivô,  numa situação normal. O extremo do Olhanense mais perto da bola permanece aberto (talvez preocupado com o lateral contrário), mesmo estando a bola no corredor central. 

Quando Luíz Carlos recebe a bola de André Leão (aos 6 segundos no video), já no meio campo adversário e no corredor central, os extremos do Olhanense estão muito abertos e fora da jogada. Restam aos algarvios a linha defensiva e o duplo pivô. 

Com a linha defensiva  subida, um dos jogadores do duplo pivô (Lucas) sai à pressão a Luíz Carlos. O seu colega de sector, ao invés de fornecer a respectiva cobertura, fica fixado em Vítor, que está em zona interior do lado direito (conforme ataca o Paços, vísivel aos 7 segundos). Esta situação irá permitir a Manuel José aparecer no corredor central, com tempo (e espaço) suficiente para jogar de 1ª e devolver a Luíz Carlos num espaço interiro enorme, entre Targino e o duplo pivô.

Uma vez que, Manuel José, apesar de extremo apareceu no corredor central, é o central Nuno Reis que o acompanha quando toca pela 1ª vez na bola. É precisamente nesse espaço que deixa livre na "perseguição" e que a restante linha defensiva do Olhanense não consegue reparar, que Luíz Carlos acabará por fazer a assistência para Manuel José concluir a jogada.  Quando Nuno Reis persegue Manuel José, nem André Micael (o outro central), nem Jander (defesa direito) ajustam posição. Se no caso do lateral é incompreensível, já com Micael, percebe-se na repetição que estava demasiado focado na marcação Cícero. Ao longo de todo o lance é visível a enorme preocupação dos jogadores algarvios com a referência individual.

Apesar de tudo, muito mérito para os pacenses. Souberam quando conduzir bola, ou jogar ao 1º toque. Com espaço entre sectores no adversário não caíram na tentação do transporte, como por vezes acontece até em equipas maiores, sendo que aproveitaram o espaço livre para aparecer, e jogar com poucos toques, já bem dentro do meio campo adversário

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