sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Swansea - Definição no último terço

O Swansea tem deixado óptima impressão nas primeiras três jornadas da Premier League, com futebol de toque curto e priviligiando a posse de bola. A construção em zonas baixas, e a entrada no meio-campo adversário é realizada com bastante qualidade e merece destaque, no entanto, quando a bola entra no último terço do terreno a equipa demonstra dificuldade na definição.

Como é possível ver na imagem  abaixo, Michu recuado para receber, com Routledge e Dyer, os extremos em zonas centrais. Esta é uma das características mais visíveis no ataque do Swansea, os  extremos com enorme mobilidade e próximos do corredor central simultaneamente.


Na sequência da jogada é Routledge quem recebe a bola que endossa ao primeiro toque para Dyer. Como se vê na imagem, os 2 jogadores sem bola do Swansea acabam por não criar qualquer problema à defesa do Sunderland. Graham afasta-se da zona da bola, mas não dá (tal como Routledge) uma solução em profundidade que permitisse criar dúvida e/ou mais espaço para jogar




Com os extremos muito por dentro a alternativa à largura acabam por ser os laterais. E aqui reside, a principal diferença para o ano passado. Enquanto que com Rogers, o Swansea procurava os corredores laterais através de combinações e sucediam-se os cruzamentos, esta época os laterais funcionam mais como pontos de apoio para fazer a bola voltar ao corredor central. Em baixo com Michu e os extremos entrelinhas, Britton procura o lateral


Na sequência do lance Dyer recebe de frente para a linha defensiva mas a movimentação de Michu e Graham não é a melhor. Dyer acaba por tentar a finta para aproveitar o espaço entre central e lateral



Aqui, é Britton quem tem a bola. Existe um movimento de profundidade por Graham (que consegue fixar o lateral, por exemplo) mas não existe complementaridade por parte dos restantes elementos da equipa, que se encontram bastante recuados



No primeiro golo do Swansea na partida estão bastantes jogadores próximos entre si. Juntam-se a Michu e aos extremos, o duplo-pivô Britton e De Guzman, com o lateral direito a conferir largura ao ataque. 

A penetração de Guzman após fazer o passe para Michu arrasta a dupla de médios de Sunderland, o que permite o passe do espanhol para Dyer


Dyer tem agora três jogadores a procurarem as costas da defesa do Sunderland, e algum espaço para executar o passe. É Routledge quem acaba por fazer o golo.



Mais do que a análise de cada lance é interessante perceber o porquê das dificuldades do Swansea. Neste caso concreto há mérito da parte do Sunderland. A linha defensiva, mesmo em condições desfavoráveis manteve-se unida, o que contra equipas com dificuldade em definir no último terço é suficiente para causar problemas.

A resposta mais óbvia seria concluir que a ausência de largura por parte dos extremos, que andam invulgarmente pelo corredor central, condiciona no momento de aproximação à baliza adversária, mesmo sendo apoios verticais importantes para construir. Parece-me que, efectivamente, se os extremos ocupassem zonas mais laterais as soluções aumentariam no último terço ofensivo. No entanto, não creio que possa ser a principal justificação.

Não é preciso ocupar toda a largura do campo para criar dúvida e obrigar a linha defensiva adversária a mover-se, mas antes existirem jogadores que arrastem marcações e permitam aos colegas mais espaço para receber bola e jogar. Foi o que aconteceu no lance do golo, por exemplo. Os jogadores do Swansea podem afastar-se do portador da bola (como fez Graham no 1º lance aqui analisado), mas sem procura da profundidade fica mais complicado criar problemas aos adversários.

Outra questão são os apoios verticais. Sendo inquestionável a sua utilidade, quando estes recebem entrelinhas e ficam de frente para o jogo, não é raro ficarem desapoiados, e em desvantagem numérica. Mas isso é motivo para outro post 

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