terça-feira, 8 de julho de 2014

França vs Alemanha - Último Terço, Gestão da Largura. Profundidade e Ruptura



A abordagem da Alemanha no último terço ofensivo parece-me ser das questões de análise mais interessantes deste mundial. O jogo com a França confirmou aquilo que vinha sido tendência nos jogos alemães. Competência e até relativa facilidade em chegar com frequência próximo da grande área adversária em condições aparentemente favoráveis, mas também incapacidade para aproveitar esses lances da melhor maneira. De tal forma, que muitos nem chegam poder ser considerados oportunidades de golo.

Vítor Pereira no comentário, em directo, ao Alemanha vs Argélia disse por várias vezes, nomeadamente na primeira parte, que faltava profundidade ao ataque alemão. Percebo o ponto, mas na minha opinião, o que tem faltado à Alemanha é ruptura, no sentido de ultrapassar a última linha defensiva e não profundidade, ou seja, colocar vários jogadores no último terço e/ou à frente da linha da bola.

A Alemanha tem a capacidade de arrastar as linhas defensivas contrárias para zonas baixas, fruto dos movimentos em profundidade, condição acentuada com a entrada de Klose para o onze inicial. É visível que quando a equipa tem bola há a preocupação de garantir que o portador tem espaço para progredir e sendo assim há sempre no mínimo um jogador que avança e mesmo não recebendo faz baixar a linha defensiva, aumentando o espaço entre linhas. 

Contra a França, os alemães conseguiram por diversas vezes atrair os homens da frente à pressão, bem como alguns elementos do meio-campo, e depois colocar a bola entre linhas. Mas aqui começaram os problemas. Desde logo, em alguns lances a precipitação do portador da bola quando entre linhas, procurou o passe para as costas da defesa francesa quando os defesas franceses estavam em condições de controlar a profundidade e ganhar a bola (que foi regra geral o que aconteceu). Mas aquele que foi talvez o maior problema, e a origem dos restantes, incidiu na gestão da largura, nomeadamente na 1ª parte. Sempre pelo corredor central, e a receber entre linhas, faltaram soluções na minha opinião, que conferissem largura e profundidade (quantas vezes apareceram os laterais neste momento?) pelos corredores laterais, o que naturalmente permitiu aos laterais franceses ocuparem sistematicamente posições interiores, e com um risco nulo, que se traduzia em baixar sempre que necessário tornou a linha defensiva francesa difícil de ultrapassar. Ainda que num ou noutro lance a Alemanha tenha mudado de corredor criando situações de 1x1 que acabaram quase sempre em cruzamento 


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