quarta-feira, 26 de junho de 2013

Quando as justificações não explicam o fim

O 'fim', digamos assim, é o segundo golo sul-coreano contra Portugal no Mundial de sub-20. Pese embora alguns posicionamentos defensivos discutíveis, como o posicionamento inicial de Dabo ou a demora de Agostinho Cá na cobertura  quando a Coreia do Sul entra no bloco português (este último frequente no futebol juvenil). O motivo deste post, é, no entanto, o passe de Sung-Gyu para Sang-Ming e que desequilibra por completo a defesa lusa.

O lateral direito coreano, Sang-Ming entra no espaço entre central (Edgar Ié) e lateral esquerdo (Dabo), esperando passe de Sung-Gyu, para as costas dos defesas. Acontece que Sang-Ming está em posição irregular no momento do passe, ou pelo menos no limite, porque Dabo após perder posição ainda persegue o lateral contrário por um instante.


António Tadeia, que comentava o jogo na RTP, e após o colega dizer que existia fora-de-jogo argumentou "mas de qualquer maneira, Dabo, fica à espera não se sabe bem do quê". Ora, o problema de Dabo, foi exactamente não ter esperado mais, e tornar o fora de jogo claro, para o árbitro assistente! No Tacticzone são imputadas responsabilidades a Edgar Ié, "deixou adversário enquadrar, sem fazer contenção, entrando de primeira". O jogador do Barcelona fez o que tinha a fazer. Estando o adversário directo numa situação limite, já  com Ricardo e Dabo por perto, forçou ao máximo o passe para a frente, e consequente fora de jogo, uma vez que, o jogador coreano estava já adiantado

O ser humano, nas palavras de Kahneman, tem em "saltar para o resultado final",. A partir da conclusão final (golo coreano) tentam encontrar-se as mais variadas justificações. Se Dabo tem ficado parado deixando Sang-Ming em fora de jogo, Tadeia possivelmente iria elogiar a sua inteligência pela coordenação com os colegas, e a pressão exercida por Ié não sofreria contestação 

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