domingo, 16 de julho de 2017

Benfica - qualidade individual e comportamento defensivo vs Young Boys




Nos últimos dois anos o comportamento defensivo do Benfica foi amplamente elogiado, sendo inclusive comparado ao Milan de Sacchi. De forma muito resumida e principalmente frente a equipas com qualidade individual os encarnados optaram por apresentar duas linhas de 4 mais os dois avançados, a linha defensiva começava alta muito próxima da linha média baixando somente quando existia ameaça de colocação de bola nas costas por parte do adversário, não descartando a hipótese de jogar com o fora-de-jogo. Quando se sentia confortável no jogo o Benfica, e fruto de zonas de pressão bem definidas e de um bloco muito compacto, anulou o jogo entre linhas do adversário e com uma linha média + avançados bem articulada tornou raras as vezes que o adversário conseguiu explorar o espaço na profundidade.

No jogo de ontem o Benfica não foi capaz de apresentar alguns dos comportamentos tão elogiados nos últimos tempos nomeadamente no comportamento da linha defensiva, e na minha opinião, tal se deve em primeiro lugar à falta de qualidade individual evidenciada. Não colocando em causa a evolução que os jogadores poderão ainda revelar, foram evidentes o acumular de erros.

O Benfica é conhecido pelo comportamento da linha defensiva. Dada a forma como a equipa joga o controlo do espaço nas costas é fundamental bem como a resposta aos cruzamentos e aqui começaram os problemas de ontem. Por um lado, a linha média, com destaque para Filipe Augusto, não foi capaz de encurtar espaço e pressionar o portador da bola para impedir os suiços de colocarem a bola nas costas da defesa subida (1º e 2º golos). No primeiro golo do Young Boys Lisandro falha a intercepção relativamente fácil (erro individual) e a linha de médios não recua para ajudar A. Almeida e facilita finalização ao adversário, no quinto golo é Pedro Pereira que não intercepta a bola em boas condições para o fazer e Chrien não baixa com para junto da linha defensiva o suficiente. 

O segundo golo surge de uma bola nas costas da linha defensiva que não baixa quando exposta à profundidade com a bola a entrar entre Jardel e André Almeida que não fechou espaço interior, os jogadores parecem confiar no fora-de-jogo e nem Pedro Pereira, homem mais próximo, acompanha a desmarcação de Sulejmani que fica isolado frente a Varela.

Nota para o 4º golo do Young Boys. Com o Benfica a pressionar alto no corredor lateral, os dois médios centro adiantaram-se para dar cobertura ao extremo ficando um espaço considerável entre linhas. O lateral jo Young Boys jogou longo e Kalaica ganhou a primeira bola mas a segunda foi dos suiços com Pedro Pereira  a ficar fora do lance.

As ausências do Benfica neste jogo atenuariam estes problemas (Luisão, Eliseu e Grimaldo) mas as vendas de Semedo e Lindelof talvez tenham de ser colmatadas. Para já, jogadores como Hermes e Pedro Pereira bem como Lisandro parecem ainda precisar de tempo para chegarem ao nível elevado dos seus antecessores

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