Ontem durante o Braga - Benfica, na 1ª parte, repetidamente, Luís Freitas Lobo (que comentava o jogo para a Sport TV) referiu que faltava "profundidade nos flancos" à equipa de José Peseiro. Os bracarenses não demonstravam capacidade "para chegar à linha final e cruzar", isto porque, nomeadamente à esquerda, não jogava um extremo de raiz, mas sim, Rúben Amorim, estando a profundidade entregue aos laterais. Em contraponto com o Benfica, que "aproveitava toda a largura do campo, com dois alas bem abertos".
LFL acabou por dizer, que só existe uma boa forma de dar largura ao jogo, e por conseguinte profundidade pelos corredores. Com extremos bem abertos que tenham capacidade de drible, ir à linha e cruzar. No caso concreto de ontem, chegou a sugerir a troca entre Amorim e Ismaily (passando o português para lateral esquerdo, e o brasileiro para extremo do mesmo lado).
O que LFL não disse, foi que a equipa do Braga, não estava interessada em ter um jogador que conferisse largura máxima de forma constante, mas que aparecesse alguém nesse espaço, já bem dentro do meio campo do Benfica (preferencialmente os laterais, mas também Mossoró ou Éder). Como é referido no lateral-esquerdo, o facto de os extremos bracarenses se colocarem permanentemente em zonas interiores libertou outros espaços. Se faltou profundidade nos corredores ao Braga, não foi pela ausência de extremos. Marcelo, Dani Alves, Schmelzer, Baines ou Balzaretti, são exemplos de laterais, que asseguram largura e profundidade no seu corredor, com os "extremos" que flectem bastante para zonas interiores. Mesmo não estando sempre adiantados, aparecem no momento certo, no espaço deixado livre
Tenho bastante dificuldade em aceitar tanto este tipo de discurso como o oposto, que argumenta com a chegada da modernidade, onde os extremos mais do que conferir largura ao jogo da equipa, ocupam espaços interiores, sendo a referência máxima à largura os laterais (aquilo que o Braga estava a fazer, e foi alvo de crítica por parte de LFL).
Nas equipas de top europeu, existe muitas vezes alternância entre lateral e extremo no momento de dar largura ao jogo da equipa, nas mais variadas fases do jogo. Estando sempre dependente das características dos jogadores, as melhores equipas têm capacidade (até pela qualidade dos jogadores) de conferir maior variabilidade ao seu ataque
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