Algumas
notas sobre a Polónia
No jogo frente à Suíça a
Polónia apresentou-se no habitual 4x4x2
clássico. Defensivamente fazem por ser compactos, têm um golo sofrido em 4
jogos, mas com bola são previsíveis, pese a qualidade individual na frente,
sendo mais perigosos quando conseguem chegar rapidamente à baliza adversária
após ganharem a bola.
Sem bola os polacos mantêm
o 4x4x2 clássico (por vezes assumem variante 4x4x1x1). Lewandowski e Milik numa
primeira linha de pressão tentam fazê-la juntos ocupando o meio, sendo que,
muitas vezes não chegam a tempo de impedir progressão por espaço interior (a
Suiça aproveitou este espaço maioritariamente através da condução do lateral,
mas William ou um dos médios pode dirigir jogo a partir daqui), quando
pressionam aí, deixam corredor central aberto. Apesar de os dois médios
interiores estarem relativamente distantes dos colegas da frente, podem avançar
para pressionar jogador que recebe bola e tentar não deixar enquadrar com a sua
baliza se situação for favorável a isso. São efectivos e criteriosos no momento
de pressionar mas é possível jogar nas suas costas.
Os extremos polacos
defendem em função do lateral adversário. Na 1ª fase de construção se não há
adiantamento, quando adversário recebe bola saem à pressão, se avançam
acompanham directamente permanecendo à largura. Se Portugal optar por adiantar
desde cedo os laterais poderá conseguir instalar-se mais tempo no meio-campo ofensivo,
pois com os extremos a acompanhar laterais, os polacos perdem capacidade de pressão
em zonas mais adiantadas.
A linha defensiva começou a
partida de sábado subida e bem próxima dos médios. Os laterais têm tendência a
acompanhar o extremo, mesmo que este se encontre em zonas baixas, pressionando
mal este recebe bola. Nesta circunstância, são os centrais que asseguram a
cobertura aos laterais e também quem avança e pressiona entre linhas quando
bola entra nesse espaço, novamente se existirem condições para isso. Uma
particularidade da linha defensiva polaca, reside no posicionamento dos
laterais, apesar de pressionarem o extremo à largura, quando a bola está no
meio e têm adversário directo entre linhas, ficam fixados na sua marcação e é
possível explorar as suas costas neste momento.
A
figura – Lewandowski
Lewandowski, avançado do
Bayern Munique, é o jogador polaco com maior currículo. Na selecção, assume
maior protagonismo na construção de jogo e baixa bastante para tocar mais vezes
na bola e sai com frequência da zona de acção dos centrais. Varia entre jogar
de costas como apoio frontal (mais frequente quando é referência em transição
no meio) e enquadrar com a baliza adversária mesmo entre linhas para procurar
fazer passe de ruptura. Não tem sempre o melhor critério, já que, por vezes
força demasiado a progressão, mas é uma ajuda valiosa
Cai com frequência nos
corredores laterais para receber bola, principalmente em transição, o que
dificulta o aparecimento em zonas de finalização, e também por isso ainda não
tem ainda qualquer golo neste Europeu.
(Texto originalmente publicado no Jornal Único)
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