No final da partida, Guardiola voltou a falar sobre o Benfica "é uma equipa que não deixa espaço entre linhas, é complicado fazer golos". Talvez por isso, o Bayern tentou fazer circular a bola à largura, procurando constantemente rápidas variações de corredor, principalmente na primeira parte. A forma como os jogadores se distribuíram em campo, apesar de não ser novidade nos alemães, não deixa de trazer inovação ao jogo. Com o Benfica em bloco médio, o Bayern respondeu com Alaba e Kimmich (centrais) e Bernat lateral-esquerdo inicialmente pouco subido e na mesma linha dos centrais, com 3 jogadores permanentemente fora do bloco encarnado, Thiago mais no espaço interior esquerdo, Vidal no meio e Lahm que apesar de ser lateral juntava-se aos colegas em espaço interior à direita. Ribery e Douglas Costa eram os extremos que asseguravam largura com Muller e Lewandowski no meio entre as duas linhas encarnadas. A disposição pode ser vista na imagem seguinte
Partindo da premissa enunciada por Guardiola no parágrafo anterior, o Bayern na primeira parte procurou circular a bola com alguma paciência em zonas baixas, através da linha defensiva e dos 3 médios, tendo como objectivo criar situações favoráveis de desequilíbrio para os extremos. Nestas circunstâncias raramente jogou entre linhas e mesmo aí, dada a falta de inserção dos médios Lewandowski e Muller acabaram por procurar colegas à largura. Com efeito, nos primeiros 45 minutos Vidal e Thiago só se adiantaram quando a bola entrava no último terço à largura (normalmente em Douglas Costa ou Ribery) e a possibilidade de cruzamento era elevada (referência óbvia para o lance do primeiro golo.) Pontualmente Bernat também se adiantou auxiliando Douglas Costa.
O Benfica manteve o bloco médio tendo como principal prioridade evitar o tal jogo entre linhas, colocou muita gente no corredor central. Sabendo que o Bayern iria mudar de corredor através de passes longos para os extremos seria importante as ajudas aos laterais para evitar situações de 1x1. Pizzi ou Gaitan seriam as prioridades no auxílio a André Almeida e Eliseu mas quando estes não estiveram presentes, Fejsa e Renato Sanches deram uma boa resposta basculando e assegurando apoio. Se à direita Pizzi esteve quase sempre próximo de André Almeida, à esquerda Gaitan em alguns lances adiantou-se pois passou a ter como referência o posicionamento de Lahm e quando a bola chegava a Douglas Costa o argentino encontrava-se longe e incapaz de auxiliar Eliseu. A linha defensiva do Benfica teve naturalmente uma postura conservadora. Bom controlo da profundidade, e à mínima ameaça recuavam, nomeadamente quando a bola entrava em Ribery ou Douglas Costa, tentando dar tempo aos restantes colegas para se juntarem. Centrais só saiam do meio em última necessidade, deixando as coberturas aos laterais para outros.
A segunda parte começou com uma ligeira mexida no Bayern que nos primeiros minutos colocou algumas dificuldades ao Benfica. Thiago e Lahm começaram a inserir-se entre linhas (à vez) numa fase mais precoce da construção, o que criou dúvidas à linha média do Benfica fazendo com que recuassem mais cedo. Nesta fase, o Bayern procurou menos as variações de corredor para extremo do lado oposto, e mais lances de envolvimento ainda que sempre a fazer uso da largura. Os primeiros 10 minutos da segunda parte foi talvez o período de maior domínio alemão, ao obrigar a linha média e defensiva do Benfica a recuar devido à inserção dos médios, o Bayern dificultou a transição ofensiva encarnada.
Nos últimos 20 minutos, e depois de um período de maior equilíbrio, o Bayern teve maior espaço, talvez pelo natural desgaste que assolou o Benfica. Com o jogo mais partido, tentando os encarnados manter mais tempo a bola, e ao contrário do que aconteceu nos primeiros 70 minutos, o Bayern conseguiu verticalizar o jogo logo após a recuperação de bola. Novamente importância da largura concedida pelos extremos (até porque serviram de referência) e lances que acabaram em cruzamento. Nesta fase o Benfica defendeu várias vezes somente com 5/6 jogadores, ainda que quase sempre muito próximos uns dos outros à largura. Linha defensiva manteve naturalmente o comportamento defensivo conservador recuando à medida que os alemães avançavam.
Nota final para fazer referência à pressão alta do Benfica em algumas saídas do Bayern. Não é o objectivo deste post analisar esse momento do jogo mas é possível dizer que foi por aí que os encarnados conseguiram uma das suas melhores oportunidades de golo (remate de Jonas para defesa de Neur) mas também foi depois de uma situação de pressão no meio-campo adversário que o Bayern chegou ao golo
Partindo da premissa enunciada por Guardiola no parágrafo anterior, o Bayern na primeira parte procurou circular a bola com alguma paciência em zonas baixas, através da linha defensiva e dos 3 médios, tendo como objectivo criar situações favoráveis de desequilíbrio para os extremos. Nestas circunstâncias raramente jogou entre linhas e mesmo aí, dada a falta de inserção dos médios Lewandowski e Muller acabaram por procurar colegas à largura. Com efeito, nos primeiros 45 minutos Vidal e Thiago só se adiantaram quando a bola entrava no último terço à largura (normalmente em Douglas Costa ou Ribery) e a possibilidade de cruzamento era elevada (referência óbvia para o lance do primeiro golo.) Pontualmente Bernat também se adiantou auxiliando Douglas Costa.
O Benfica manteve o bloco médio tendo como principal prioridade evitar o tal jogo entre linhas, colocou muita gente no corredor central. Sabendo que o Bayern iria mudar de corredor através de passes longos para os extremos seria importante as ajudas aos laterais para evitar situações de 1x1. Pizzi ou Gaitan seriam as prioridades no auxílio a André Almeida e Eliseu mas quando estes não estiveram presentes, Fejsa e Renato Sanches deram uma boa resposta basculando e assegurando apoio. Se à direita Pizzi esteve quase sempre próximo de André Almeida, à esquerda Gaitan em alguns lances adiantou-se pois passou a ter como referência o posicionamento de Lahm e quando a bola chegava a Douglas Costa o argentino encontrava-se longe e incapaz de auxiliar Eliseu. A linha defensiva do Benfica teve naturalmente uma postura conservadora. Bom controlo da profundidade, e à mínima ameaça recuavam, nomeadamente quando a bola entrava em Ribery ou Douglas Costa, tentando dar tempo aos restantes colegas para se juntarem. Centrais só saiam do meio em última necessidade, deixando as coberturas aos laterais para outros.
A segunda parte começou com uma ligeira mexida no Bayern que nos primeiros minutos colocou algumas dificuldades ao Benfica. Thiago e Lahm começaram a inserir-se entre linhas (à vez) numa fase mais precoce da construção, o que criou dúvidas à linha média do Benfica fazendo com que recuassem mais cedo. Nesta fase, o Bayern procurou menos as variações de corredor para extremo do lado oposto, e mais lances de envolvimento ainda que sempre a fazer uso da largura. Os primeiros 10 minutos da segunda parte foi talvez o período de maior domínio alemão, ao obrigar a linha média e defensiva do Benfica a recuar devido à inserção dos médios, o Bayern dificultou a transição ofensiva encarnada.
Nos últimos 20 minutos, e depois de um período de maior equilíbrio, o Bayern teve maior espaço, talvez pelo natural desgaste que assolou o Benfica. Com o jogo mais partido, tentando os encarnados manter mais tempo a bola, e ao contrário do que aconteceu nos primeiros 70 minutos, o Bayern conseguiu verticalizar o jogo logo após a recuperação de bola. Novamente importância da largura concedida pelos extremos (até porque serviram de referência) e lances que acabaram em cruzamento. Nesta fase o Benfica defendeu várias vezes somente com 5/6 jogadores, ainda que quase sempre muito próximos uns dos outros à largura. Linha defensiva manteve naturalmente o comportamento defensivo conservador recuando à medida que os alemães avançavam.
Nota final para fazer referência à pressão alta do Benfica em algumas saídas do Bayern. Não é o objectivo deste post analisar esse momento do jogo mas é possível dizer que foi por aí que os encarnados conseguiram uma das suas melhores oportunidades de golo (remate de Jonas para defesa de Neur) mas também foi depois de uma situação de pressão no meio-campo adversário que o Bayern chegou ao golo
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