Não foi exactamente uma estreia auspiciosa a do Brasil no Mundial, nomeadamente no capítulo defensivo, tendo inclusivamente mostrado algumas indefinições. Durante alguns períodos permitiu à Croácia construir em zonas baixas, e se isso não é muito surpreendente dada a qualidade do meio-campo com Rakitic e Modric, torna-se interessante analisar a resposta brasileira nestes momentos, sendo prováveis melhorias nos próximos jogos
O Brasil tentou condicionar a primeira fase de construção croata com Fred mais próximos dos centrais, Neymar por trás, extremos adiantados a pressionar, sendo que, o duplo pivô se desfazia para um dos elementos, normalmente Paulinho, se adiantar para a linha de Oscar e Hulk. Não obstante o adiantamento, o Brasil acabou por se partir, pois quer Luiz Gustavo quer a linha defensiva assumiam uma posição mais conservadora, existindo espaço para a Croácia explorar entre sectores (é assim que o auto-golo de Marcelo acontece). O espaço entre linhas era aproveitado normalmente nas costas do extremo brasileiro que saia a pressionar mas não tinha a devida cobertura, Paulinho no meio mas adiantado e com referência individual, Luiz Gustavo bastante recuado.
Se há característica que salta à vista defensivamente no Brasil é o conservadorismo da linha defensiva. Quer quando a equipa perde bola (excepção feita aos momentos em que os laterais permanecem altos para pressionar), quer quando está em organização defensiva a tendência dos defesas é baixar mesmo para próximo da área. A rever o posicionamento do duplo pivô em bloco mais baixo, pois adiantaram-se na pressão e/ou foram atraídos pela marcação individual, permanecendo a última linha baixa o que permitiu espaço no interior do bloco.
Nota final para as dificuldades do Brasil no momento da perda de bola. As tendências descritas acima mantiveram-se, ou seja, linha defensiva tinha como prioridade baixar apesar da pressão dos homens da frente (ainda que nem sempre o portador da bola fosse incomodado), deixando à Croácia bastante espaço para progredir no corredor central. Apesar do duplo pivô os brasileiros tiveram dificuldade em controlar o meio porque além dos extremos nem sempre estarem disponíveis para reagir à perda e ocupar o meio, Luiz Gustavo longe da zona da bola, recuado, e Paulinho ou Hernanes adiantados acabaram por ser ultrapassados várias vezes
(Este é o primeiro post sobre o Mundial, competição que conto ir analisando com frequência ao longo das próximas semanas)
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