terça-feira, 17 de junho de 2014

Alemanha vs Portugal - Questões Defensivas



A estratégia de Portugal passava por condicionar cedo a construção alemã. Moutinho e Hugo Almeida inicialmente expectantes mas com o avançado a ter ordens para se adiantar e impedir o passe entre centrais quando Mertesacker recebia um passe dos médios. Ponto importante a destacar é a importância dada ao pivô. Portugal nem sempre foi competente, mas o objectivo de pressionar Lahm foi evidente com Raul Meireles ou Veloso a adiantarem-se para condicionar a acção do jogador do Bayern. Quando João Moutinho apareceu na zona de Lahm a pressão não foi tão efectiva.

Portugal teve muitas dificuldades em controlar o jogo pelo seu corredor direito, contribuindo para isso também a estratégia alemã. Portugal optou por garantir presença à entrada do meio-campo alemão tentando impedir aí a construção. A articulação entre Meireles e Ronaldo acabou por ser um problema com a bola a entrar  várias vezes entre linhas no espaço entre os dois. Ronaldo teve bastante dificuldade em recuar para os últimos metros e pareceu sempre demasiado adiantado dada a boa projecção do lateral Boateng. Meireles acompanhou Khedira quando este baixou para zonas próximas do pivô, deixando algum espaço entre sectores que nem sempre Veloso e raramente Moutinho foram capazes de preencher, permitindo à selecção alemã algum espaço para construir. Cabendo aos centrais portugueses, nomeadamente Bruno Alves, avançarem para o espaço entre linhas

Decorrente do escrito acima, Portugal no seu meio-campo defendeu por vezes nos últimos 30 metros com 7 jogadores. E aqui referência a Moutinho que numa pressão mais alta poderia ser um elemento chave para recuar e realizar cobertura nomeadamente a Meireles bastante exposto na primeira parte. Mesmo que a estratégia passasse por colocar o jogador do Mónaco numa posição mais central para impedir rápidas mudanças de corredor, a verdade é que a Alemanha conseguiu chegar ao último terço somente utilizando o lado direito.

Se existem aspectos a rever por Portugal é impossível analisar este jogo sem mencionar o mérito alemão. Tendo o adversário referências individuais, a Alemanha optou pela mobilidade dos seus jogadores. Muller a avançado, caiu frequentemente no espaço entre linhas ou à largura arrastando Bruno Alves, com Khedira a entrar no espaço deixado livre. A profundidade dada por estes dois jogadores e por vezes Ozil, fez com que a linha defensiva portuguesa baixasse deixando mais espaço para entrar com bola no meio-campo ofensivo, bem como aproveitar o espaço entre Meireles (na ajuda ao lateral) e Veloso, como aconteceu no lance do penalty que resultou no primeiro golo.

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