sábado, 21 de junho de 2014

EUA - Algumas Notas. O Que Pode Encontrar Portugal

Deixo aqui a pouco mais de 24 do jogo de amanhã, uma breve análise aos 4 momentos de jogo dos EUA frente ao Gana, ficando a faltar as bolas paradas. Do jogo do Gana fica por saber se o selecionador repetirá alguns aspectos nomeadamente a pouca participação dos avançados em organização defensiva









Organização Ofensiva


  • Globalmente os EUA fazem muito uso do jogo entre linhas onde um dos avançados, mais frequente Dempsey, aparece com regularidade. Apesar de recorrerem bastante a passes verticais, acabando o jogador que recebe esses passes de costas para a baliza há a clara intenção dos colegas de conferirem apoio frontal, sendo este talvez um dos pontos mais fortes da equipa. Os laterais aparecem sempre projectados e são solicitados no último terço, em dinâmica do 3º homem, após jogador que recebe de colega entre linhas solicitá-los à largura e profundidade. Outra característica a ter em conta, e que estão ligadas às anteriores são as constantes mudanças de corredor.
  • Os EUA tentam sempre sair a jogar curto. Bradley apesar de ser o médio ofensivo baixa para junto do pivô, sendo por vezes quem recua para junto dos centrais formando uma linha de 3 (opção recorrente). Os médios interiores começam por dar bastante profundidade, ainda que pouca largura, mas a intenção passa por recuar para serem linhas de passe. Se recebem de costas procuram apoio de médio-centro, se conseguem rodar tendem a procurar lateral que aparece à largura em profundidade. Ainda que quando os EUA consigam sair a circulação ganhe qualidade, parece que se forem condicionados no seu meio-campo são forçados a jogar longo, e em dificuldade para avançado
  • Quando alas dão largura e existe oportunidade também podemos ver um dos avançados a entrar no espaço entre central e lateral. Pode receber de costas e procurar apoio frontal, ou aparecer entre linhas após ter recuado, como Dempsey no primeiro golo. Nota para o movimento dos avançados que quando têm espaço tendem a afastar-se para proporcionar ao colega espaço para progredir com bola.

Organização Defensiva

  • EUA com duas linhas de 4 jogadores em bloco médio baixo. Avançados pouco participativos, permitem constantes mudanças de corredor ainda que por fora do bloco. Em construção baixa são atraídos por referências individuais e não têm como prioridade ocupar corredor central. Nota para apesar da presença no corredor lateral, a equipa não ser especialmente pressionante sobre a bola, o que permitiu ao Gana cruzar com alguma facilidade 
  • As duas linhas de 4 são compactas entre si, ainda que existam alguns pontos a explorar. Desde logo a cobertura dos médios quando a bola se encontra no corredor lateral. Nomeadamente Bradley nem sempre assegura a cobertura ao ala acabando por existir algum espaço entre linhas passível de ser explorado, e facilitando a entrada da bola entre central e lateral. O golo ganês é o espelho deste ponto. No momento em que o lateral ganês conduziu para dentro, Jones (ala) não fechou espaço interior, lateral foi arrastado para fora e Bradley não ocupou espaço entre linhas permitindo a avançado ganês receber entre central e lateral
  • Quando a bola se encontrava no último terço, os médios tendiam a realizar cobertura um pouco distantes da zona da bola e próximos dos centrais, deixando assim espaço à frente da linha defensiva.. Esta situação tornou-se clara quando com alguma facilidade os extremos ganeses conseguiram conduzir para dentro (ainda que eu ache possível envolver mais jogadores para retirar maior partido da situação).

Transição Defensiva
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  • Os EUA revelam também aqui alguns aspectos passíveis de serem explorados pelos portugueses. Como foi escrito acima em construção baixa, Bradley recua dando os médios interiores bastante profundidade, juntamente com um lateral. Quando os EUA perdem bola nesta fase, a equipa pode ficar exposta, e com alguma facilidade com um passe colocar 3 ou 4 jogadores atrás da linha da bola, ficando pela frente somente a sub-estrutura de equilíbrio Beckerman e 3 jogadores da linha defensiva.

  • Dada alguma exposição a linha defensiva dos EUA tende a recuar, o que naturalmente deixa algum espaço ao meio para progredir, o que aconteceu contra o Gana. Os ganeses não se limitaram a aproveitar o espaço concedido ao meio numa primeira fase, mas depois apareceram à largura para aproveitar o adiantamento do lateral que se havia projectado no momento ofensivo  anterior dos EUA


Transição Ofensiva


  • Os EUA apostam bastante no momento em que ganham a bola, ainda que, no jogo com o Gana estivessem um pouco abaixo nesse aspecto daquilo que podem fazer, também porque alguns passes relativamente fáceis e tomadas de decisão não foram as melhores.
  • Os EUA têm alguma vantagem neste momento porque têm dois jogadores, os avançados, que pouco participam na organização defensiva, nomeadamente quando o bloco é mais baixo. Assim colocam com facilidade 3 jogadores adiantados (por norma um ala) em zonas adiantadas. A restante equipa também é rápida a adiantar-se, nomeadamente os dois médios. Repetem-se alguns movimentos da circulação ofensiva, nomeadamente a procura de um avançado entre linhas. Procura de profundidade por um ou dois jogadores (avançado sem bola tende a ir na profundidade) permite ao jogador com bola ter espaço para progredir. Bradley apesar de ser rápido a incorporar-se pode ficar recuado para assegurar mudança de corredor, com jogadores do lado contrário ao inicial a também chegarem ao meio-campo adversário com alguma facilidade

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