domingo, 15 de junho de 2014

Espanha vs Holanda - Estratégia Holandesa. Mérito e Questões Para o Futuro


A maioria das equipas quando defronta a Espanha tenta manter um bloco médio-baixo, com as linhas compactas impedindo que os espanhóis joguem dentro da sua estrutura. Esta forma de estar implica geralmente ausência de pressão aos jogadores que se encontram fora do bloco. A Holanda fez diferente, optou por colocar bastante gente no inicio do meio-campo espanhol, tentando com sucesso, perturbar a construção dos médios de La Roja. 

Os Holandeses tiveram numa primeira linha de pressão os 3 jogadores da frente. Sneidjer mais adiantado preocupado com pivô mais recuado espanhol, com Van Persie e Robben ligeiramente mais recuados para evitarem (e estarem preparados) para passes à largura (algo como 1+2). Depois, os dois médios de Jong e de Guzman a perseguir individualmente Xavi e Alonso (se por ventura um recuava e trocava com Busquets trocavam de jogador com Sneijder). A defensiva inicialmente composta por 5 elementos (3 centrais mais dois externos) rapidamente era desfeita quando um dos centrais se adiantava para pressionar (acabando por perseguir) ora Silva, ora Iniesta, ou mesmo outro adversário que por lá aparecesse momentaneamente. Foi assim que a Holanda, pese embora o maior ascendente adversário na primeira parte, impediu a Espanha de passar muito tempo no seu meio-campo.
A Espanha num primeiro momento não conseguiu responder. Muita procura por passes longos, ora para Diego Costa, ora à largura procurando os laterais, e pouca eficácia. Quando os jogadores recebiam de costas e pressionados não tinham apoio próximo tendo de recorrer a maioria das vezes aos centrais. Melhorou na segunda metade da primeira parte quando Alonso assumiu em construção quase o lugar de lateral esquerdo e Alba adiantou-se. Esta alteração provocou alguma dúvida a Guzman (par preferencial de quem aparecia à esquerda) e existiu mais espaço para jogar. 

Se a estratégia da Holanda foi eficaz em impedir a entrada da Espanha no seu meio-campo quando isso não aconteceu foram visíveis as dificuldades Com efeito, esta estratégia acaba por conceder bastante espaço entre linhas que não foi melhor aproveitado porque a Espanha foi incapaz de mudar corredor e colocar mais gente entre linhas no último terço. Estas questões foram ainda mais visíveis na segunda parte. Além do pressing do meio-campo não ser tão eficaz, as alterações da Espanha fizeram com que ameaçasse profundidade com frequência, obrigando a linha defensiva a recuar, expondo ainda mais o corredor central. Quando a Espanha passou a jogar com um extremo, Pedro, e Alba adiantados à esquerda a Holanda também sentiu dificuldades, pese embora a entrada de Lens para auxiliar a fechar corredor

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